A primeira grande iniciativa brasileira de levantamento das riquezas naturais aconteceu há cerca de 150 anos, incluindo a Chapada do Araripe como uma das potenciais fontes de minérios. O interesse neste tipo de recurso permaneceu sob atenção governamental, quando em 1922 foi publicado um estudo chamando atenção sobre o xisto betuminoso na Chapada do Araripe, de autoria do pesquisador Silvio Fróes de Abreu. O processamento deste minério consegue ser mais perigoso ao meio ambiente do que a extração do petróleo. No caso da Chapada do Araripe, a contaminação dos aquíferos seria um acidente trágico para o abastecimendo d'água das pessoas, além de comprometer a rica biodiversidade regional.
Políticas de crescimento econômico não costumam respeitar necessidades ambientais, como no caso de grandes alagamentos de represas, extração de combustíveis fósseis e outras formas nocivas de atender à crescente demanda por energia. Contudo, a sociedade apresenta uma parcela cada vez maior de pessoas preocupadas com o futuro ambientalmente sustentável. Neste sentido, uma iniciativa louvável é o Dia Mundial sem Carro - manifestação originada na Europa com o objetivo de questionar o sistema de transporte ineficaz e poluidor. A idéia se espalhou pelo mundo e chegou no Cariri, onde foi comemorada por ciclistas dos municípios de Juazeiro do Norte e Crato.
Para que tenhamos um futuro ameno será necessária uma nova forma de relação com a natureza, respeitando a água e a integridade dos ecossitemas, quando plantas, animais, pessoas e a paisagem poderão conviver em paz. Ainda não sabemos como nos livrar do petróleo e dependemos dele (incluindo projetos de conservação), o que não nos impede de buscar alternativas. O soldadinho-do-araripe estará livre da extinção se soubermos trilhar este caminho. Melhor ainda se for trilhado pedalando!
Cartaz do evento no Cariri.
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