sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Crise ambiental das chuvas atinge o Cariri cearense

Matas ciliares poderiam amenizar o problema?

Weber Girão

A madrugada do dia 27 para o dia 28 de janeiro foi longa no Cariri cearense, pois uma chuva intensa acompanhada de centenas de raios assustou muita gente, sobretudo na cidade do Crato. Pela manhã foi possível observar os estragos ao longo do antigo leito do Rio Granjeiro, que hoje cruza a cidade canalizado. O cenário com ruas e casas cheias de lama, veículos destruídos e pontes arrastadas é terrível, todavia, a expressão das pessoas caminhando atônitas conseguia ser pior. Alguns grupos oravam com as mão estendidas sobre o canal, enquanto outros retiravam lama com enxadas ao lado de máquinas pesadas que faziam o mesmo serviço. Um cágado arrastado pela correnteza conseguiu se agarrar a um tronco partido, e como se não bastasse seu sofrimento, quase foi apedrejado por rapazes que se divertiam, não fosse a intervenção de algumas pessoas.

Diante deste panorama surge o questionamento sobre a forma que nos relacionamos com a natureza. Será que nossa sociedade é diferente do jovem que apedrejou o cágado? Será que realmente temos noção do que estamos fazendo? Se os exemplos de outras partes do Brasil não são suficentes, agora temos mais um caso local. Para completar, as margens dos leitos protegida pelo Código Florestal ainda podem perder essa legislação, além do drama recente sobre como o poder público no Ceará encara o licenciamento ambiental (ver link).

O respeito ao ambiente é uma questão de sobrevivência para nós. As matas ciliares são um dos mecanismos mais eficientes para aplacar o efeito de enchentes, e além disso, sua manutenção poderá evitar a extinção de espécies, como o soldadinho-do-araripe, ave que nos ajuda a entender as necessidades da natureza. Para exercer sua cidadania no âmbito regional e global, envolva-se efetivamente com a conservação da natureza (ver link).

Na sequência, as imagens: (1) veículo arrastado; (2) cágado tentando sobreviver; (3)pessoas orando, de costas para as nascentes da Chapada do Araripe; (4) ponte destroçada. Para assistir a matéria exibida na televisão, cique aqui.







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